Sobre robôs, planetas que não são planetas e consumo

Sobre robôs, planetas que não são planetas e consumo

Ontem assisti Pluto. O anime, e não um episódio do Mickey Mouse, para ficar bem claro. Foi bom para relembrar talvez uma das minhas melhores experiências como leitor, ao descobrir Monster.

ANIME MONSTER - Hontoni Ras

A história fala sobre vários temas. Alguns muito atuais, como, por exemplo, substituição da força de trabalho por máquinas. Mas eu não quero falar disso é o tema da moda e tenho certeza que cai encontrar vários textos bem melhores que esse na grande rede de computadores conhecida como internet.

Me intriga pensar como a vício em dopamina gerado pela transformação de tudo em produto, e a otimização, encurtando os tempos de tudo, evitando desperdício, ditam nossa maneira de agir e pensar.

Os episódios têm 1h de duração que foram torturantes para minha mente derretida de tralalelo tralala e tum tum tum tum sahur

Who is the best | Fandom

Mas mais que isso, ter que parar e pensar. Quando foi que trocamos toda reflexão para ter o cérebro derretido escorrendo pelo nariz.

De qualquer forma vamos voltar para Pluto, o anime e não o planeta que não é planeta. O tema dele sobre a não violência é muito similar ao de outra obra-prima da arte japonesa de desenhos animados, Vinland Saga. Eu lembro que demorei para ver Vinland, pois na minha cabeça eles eram similares aquela série de vikings lá que motivava um adolescente que mora no centro sul de Belo Horizonte achar que beber cerveja e gritar faziam deles o ápice da masculinidade forte. E que erro, poucas obras me fazem chorar, e essa foi uma delas.

Assim como Thorfin não tem inimigos, Atom não precisa se entregar ao ódio. Nem mesmo Pluto.

E no fim temos um texto que é mais um amontoado de pensamentos. Um pouco pessimistas. Estamos cada vez pensando menos, odiando mais, vendo a vida passar. Mas no fim isso realmente importa? A dor da poesia é um luxo para quem está apenas tentando sobreviver. E a maioria das pessoas se encontra nesse segundo grupo.